"Esta formação foi uma oportunidade de aprofundar uma visão prévia do que, em meu entender, deve ser o acompanhamento clínico: nunca dissociado de uma abordagem integrada, abrangente e humanizada nos cuidados ao doente/utente, que o torne agente ativo da promoção de saúde e prevenção da doença."
Glória Oliveira, auxiliar de enfermagem e aluna da primeira edição do curso "Abordagem Integrada nos Cuidados de Saúde para Profissionais de Saúde", sublinha o que a levou a inscrever-se na pós-graduação, destacando o caráter dinamizador da mesma.
1. Porque decidiu participar neste curso de pós-graduação não-conferente de grau?
Sempre tive gosto de aprender e de partilhar; acredito na aprendizagem ao longo da vida. Depois de fazer uma requalificação profissional, que da educação me conduziu à saúde: concluí em 2020 o curso EFA PRO Técnico Auxiliar de Saúde, Nível 4, procurei aprofundar conhecimentos numa área tão vasta e especializada como é a saúde. (O que não se mostrou tarefa fácil: durante o curso fiz sempre questão de reforçar a necessidade de ofertas educativas para estes níveis de qualificação. São oportunidades de novos cursos e de melhorar a qualidade da prestação de serviços/cuidados, promovendo uma intervenção de excelência.) Esta formação, além da compatibilidade com o meu trabalho, foi uma oportunidade de aprofundar uma visão prévia do que, em meu entender, deve ser o acompanhamento clínico: nunca dissociado de uma abordagem integrada, abrangente e humanizada nos cuidados ao doente/utente, que o torne agente ativo da promoção de saúde e prevenção da doença em coação com os profissionais de saúde e/ou outros agentes sociais.
2. Sente que os conhecimentos que adquiriu no curso terão impacto no seu futuro profissional?
Neste momento, em termos formais e de progressão profissional, não têm qualquer impacto; na verdade, até poderá ter tido um efeito não desejado, porque me destaca da categoria profissional onde me encaixo e existe uma certa resistência de valoração e meritocracia num sistema que está acomodado a lidar com colaboradores indiferenciados. Ainda não sinto que seja reconhecida profissionalmente pelo investimento que fiz, mas, acredito, no futuro (esperemos que próximo!) venha a ser uma mais-valia. Para mim, enquanto pessoa, profissional de saúde (não reconhecida, mas assumida!) e doente crónica, foi e continua a ser um desafio com grandes ganhos.
3. As bolsas de mérito que os alunos podem obter parecem-lhe motivadoras e importantes?
Para mim não foram, de forma alguma, uma motivação, mas foi importante. Além do fator financeiro (que, muitas vezes, é determinante), trouxe-me uma gratificação muito positiva. Talvez até uma certa vaidade, confesso, por ter sido capaz de alcançar e demonstrar conhecimentos e capacidades que supunha muito difíceis, pelo meu historial de vida (pessoal e, sobretudo, profissional).
Devo salientar que esta superação é fruto do trabalho conjunto das professoras e dinamizadores da formação e do grupo de formandas da edição inauguradora: fomos umas precursoras de nível superior.
4. O que diria a alguém que se está a pensar candidatar a este ou outros cursos semelhantes?
Diria o que sempre disse a qualquer pessoa com interesse em estudar e aprender: o conhecimento é a melhor ferramenta para estar, ou saber procurar estar, preparado para enfrentar a vida e os desafios que aí vamos encontrando. Tudo são ganhos, ainda que nem sempre evidentes e reconhecidos; se o que valorizamos é o nosso conhecimento, ele fará sempre parte de nós e, espera-se, tornar-nos-á pessoas melhores e mais completas.
A formação "Abordagem Integrada nos Cuidados de Saúde para Profissionais de Saúde" está inserida no Programa Educativo 'Saúde e Bem Estar' do Projeto Aliança de Pós-Graduação (PRR/NextGenerationEU).